O exemplar relativo ao segundo semestre de 2020 da Revista Conjuntura e Planejamento, lançada no início do mês de dezembro, tem como tema-base os impactos da COVID-19 na economia da Bahia e os possíveis cenários futuros. OS EPPGGs Gustavo Pessoti e Antonio Marcos Barreto Silva tiveram participação de destaque na publicação.
Pessoti inclusive era o diretor geral do órgão e foi um dos responsáveis pela concepção geral da publicação.
Abaixo os depoimentos de nossos colegas gestores governamentais:
Antonio Marcos Barreto Silva
Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental, SEI.
“A revista Conjuntura & Planejamento (C&P), publicada pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), aborda temas atuais, retratando a realidade do estado. O tema deste ano trata da economia baiana no contexto da Covid-19. Desse modo, no meu artigo, faço uma estimativa da ocupação com potencial de teletrabalho durante a pandemia da covid-19 no município de Salvador. O estudo foi baseado nos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNADC).
A tese que fundamenta o artigo é que o teletrabalho permite a continuidade das atividades econômicas, contribuindo para diminuir a disseminação do coronavírus. Para estimar o potencial de teletrabalho foram observadas três características. Inicialmente observando as características das ocupações que permitem o teletrabalho, estimamos que Salvador poderia ter 424 mil trabalhadores elaborando suas atividades a partir de suas residências. Quando esses trabalhadores já possuem internet com microcomputador em casa, essa quantidade vai para 328 mil trabalhadores. E, finalmente, se esses trabalhadores também têm nível educacional superior, estimamos que 229 mil trabalhadores poderiam ser produtivos mesmo ficando em casa.
Esses números mostram que uma política pública de incentivo ao teletrabalho no município de Salvador seria efetiva no combate ao Covid-19, pois diminuiria a circulação de trabalhadores mantendo a economia em funcionamento.
Gustavo Pessoti
Ex-diretor da SEI.
“Eu ainda era diretor da SEI quando esse número foi concebido. Nossa ideia era mostrar as consequências da COVID-19 em diversos setores econômicos e sociais. A gente fez com que cada diretoria da SEI, a diretoria de estatística, a diretoria de pesquisa, a diretoria de indicadores, a diretoria de estudos estratégicos e a diretoria de geografia pudesse expressar um olhar através de um artigo que bem representasse as ações desenvolvidas.
Por isso trata-se de um revista plural, que traz abordagens das mais diversas, não só em termos econômicos, mas nos planos espacial, geográfico e estratégico, nas tendências futuras do plano geopolítico internacionais no cenário da pós-covid, sobre o que pode acontecer em Salvador nesse cenário futuro e das tendências estruturais para o mercado de trabalho.
É uma revista que, sem sombra de dúvidas, oferece uma visão de curto, médio e longo prazo, sobre as transformações em curso e. Ao mesmo tempo, sobre a força que a COVID-19 tem para impactar essas grandes tendências em todos os sentidos.
Meu artigo nessa publicação é fruto de um trabalho maior chamado Salvador 500 da prefeitura municipal da capital, e que procura saber qual será o comportamento da economia de Salvador e seus transbordamentos para a Região Metropolitana, entre o período de 2021 até 2030. Desta forma a análise de meu artigo não era especificamente sobre a COVID-19, mas se transformou numa análise do cenário pós pandemia. Nós traçamos no texto um balanço de como devem se comportar os principais vetores econômicos da capital, e quais as grandes transformações esperadas para a sua estrutura produtiva. Nós partimos de uma análise da economia da capital em 2018 e de como seria uam evolução natural sem a pandemia. Num segundo momento falamos sobre a chegada da pandemia em 2020 e das alterações provocadas por ela num primeiro momento sobretudo em relação ao esperado crescimento que era previsto e a consequente retração pela necessidade de ressignificação das atividades econômicas o que vai fazer com que o período entre 2021 e 2030 tenha menos cara de transformação e mais um aspecto de retomada e recuperação. Estimamos inclusive que o PIB de Salvador em 2020 terá uma queda de 5,5% e que o processo de recuperação desta queda só será consolidado em 2023. Isso quer dizer que o início da nova década para Salvador acontecerá em termos de crescimento econômico em 2024”.