Associação dos Gestores Governamentais do Estado da Bahia

Entrevista com Rodrigo Pimentel, diretor-geral do Detran-BA

25/05/2019 Entrevista
𝐄𝐧𝐭𝐫𝐞𝐯𝐢𝐬𝐭𝐚 𝐜𝐨𝐦 𝐑𝐨𝐝𝐫𝐢𝐠𝐨 𝐏𝐢𝐦𝐞𝐧𝐭𝐞𝐥 - 𝐝𝐢𝐫𝐞𝐭𝐨𝐫-𝐠𝐞𝐫𝐚𝐥 𝐝𝐨 𝐃𝐞𝐭𝐫𝐚𝐧-𝐁𝐀

Qual o cargo ocupado na Estrutura do Estado?
Sou diretor-geral do Detran desde fevereiro de 2019.

E quando você ingressou como gestor?
No concurso de 2002.

Nos fale um pouco sobre sua experiência profissional no serviço público.
Eu atuei no Pnage, um programa do BID por mais de cinco anos. Depois assumi a CDG, que hoje é a Diretoria de Modelos Institucionais, uma unidade da Secretaria da Administração (SAEB) que cuida de todos aqueles aspectos de reforma administrativa, de regimentos, criação de cargos em comissão e também cuida dos processos do Sistema Estadual de Administração. Após essas experiências fui convidado a assumir a chefia de gabinete da SAEB e lá fiquei por quase quatro anos, quando fui convidado a assumir a gestão do Regime Próprio de Previdência do Estado – na Suprev – onde fiquei por quase um ano, onde pude conhecer de perto essa questão previdenciária que talvez seja o principal problema orçamentário e financeiro do Estado. Daí fui convidado para voltar à chefia de gabinete da SAEB, quando fui convocado para assumir o Detran de forma provisória. No primeiro momento a missão era dar uma arrumada nos contratos administrativos do órgão e agora estou com a missão de rever toda a questão do parque tecnológico, tanto a questão de infraestrutura, quanto de software e de T.I. que são essenciais para qualquer Detran e que precisam ser modernizados para prestar um melhor serviço ao cidadão.

Há servidores Especialistas em Políticas Públicas e Gestão Governamental (EPPGG) auxiliando o seu trabalho no Detran?
Quando cheguei aqui só havia uma gestora, a Soraia Tecla de Oliveira Borges. Aí trouxe o Marco Aurélio Borges Neves para ser meu chefe de gabinete e, por fim, chegou Eberson Bastos Pereira. Hoje somos 04 EPPGGs aqui no Detran.

Como você avalia a importância do trabalho dos EPPGGs para o bom funcionamento do Estado?
A carreira de EPPGG é bem peculiar e atraente porque ela possibilita que você execute políticas públicas que são democraticamente eleitas pelo processo eleitoral, num processo que vai se desdobrar em projetos que devem ser realizados. Como os cargos políticos são temporários, é essencial que haja uma carreira que traga todo o histórico do trabalho desenvolvido ao longo dos anos e a experiência necessária para tocar esses planos de governo da melhor forma possível.

E você diria que esse trabalho dos gestores ajuda a otimizar o gasto público?
Eu não diria otimizar, mas sim qualificar o gasto. No cenário de crise que vivemos temos que cada vez mais fazer mais com menos. Então a ideia é fazer da melhor forma, com recursos cada vez mais limitados.

Quais os principais desafios que você tem no Detran?
Eu diria que o Detran é um grande cartório. Falando de forma bem simples, ele basicamente registra os condutores e a base de veículos. O principal desafio do Detran é facilitar o acesso do cidadão às nossas bases de informação e aos documentos de forma cada vez mais célere. Sem esquecer o nosso papel educativo que é a segurança no trânsito, um viés muito importante, pois o trânsito é o setor que mais causa demandas para a saúde pública. E esse é um exemplo da transversalidade da política pública, que começa aqui no trânsito, na educação, mas que vai ter reflexo na área de saúde, pois esses acidentes com vítimas ocupam os leitos dos hospitais públicos.

E o fato de o Detran ter um gestor em seu comando facilita essa compreensão da transversalidade das políticas públicas?
Sem dúvida, a carreira de EPPGG tem esse formato móvel e, à medida que o servidor possa passar por vários órgãos do Estado ao longo de sua carreira, aumenta a sua compreensão desses processos que perpassam por vários setores da administração pública. Daí aparece mais a importância do nosso trabalho pois somos servidores que trazem, ao mesmo tempo, um conhecimento teórico muito forte na área de projetos, gestão e legislação, de toda a área de orçamento e finanças, por um lado, e por outro toda a experiência, toda a bagagem que vamos acumulando ao longo dos governos. Isso facilita muito o funcionamento do Estado, pois não se precisa sempre se começar do zero a cada mudança de governo. Temos um grupo que funciona como massa crítica do serviço público para tocar as políticas de Estado.

E você tem alguma mensagem para os EPPGGs da Bahia?
Minha mensagem é que precisamos focar no nosso trabalho, focar em soluções criativas para que possamos prestar um serviço cada vez de maior qualidade para o cidadão.